Desde há séculos que a carne de porco tem constituído objecto
Análise de muitos estudiosos:
Moisés Maimónides médico judeu do século XIII, afirmava que Deus tinha proibido a carne de porco para a alimentação humana, como medida de precaução de saúde pública.
James Frazer dizia que os porcos considerados impuros, mas depois foram sagrados por Deus. Por isso, não se devia comer carne.
As religiões: judaica e a muçulmana estiveram durante muitos anos ligadas ao nomadismo. Como os porcos são animais omnívoros tornavam-se competidores com o homem no consumo de frutos, tubérculos etc. Foi uma das razões porque detestavam os porcos.
Numa versão mais recente há quem tenha afirmado que antes do dilúvio, Deus ordenara que metessem na Árcade Noé um macho e uma fêmea de todos os animais que existiam na terra, a fim que o dito dilúvio não extinguisse nenhuma espécie animal. Como o porco terá dado muito trabalho para o conseguirem meter dentro da referida Arca de Noé por ser muito teimoso. Assim, a partir dessa data o porco fora amaldiçoado por Deus.
Esta aversão a carne de porco foi passando de geração em geração, na região onde Cristo nasceu, que foi o lugar onde as religiões supracitadas se desenvolveram. Sendo assim, Deus deve ser de origem Judaica ou Árabe.
A história das boas alheiras de Mirandela também está relacionada com a carne de porco, porque na região do Nordeste transmontano havia grandes comunidades judaicas. Quando uma Ordem Real mandou expulsar todos os judeus de Portugal, só poderiam continuar no nosso país, aqueles que se convertessem ao cristianismo. Os quais passavam-se a chamar cristãos-novos.
Estes cristãos-novos eram só cristãos-novos no papel, porque sempre souberam dissimular muito bem. Continuaram a praticar secreta e clandestinamente a sua religião judaica. Assim, conseguiram de todas as maneiras enganar os fanáticos inquisidores católicos. Que perseguiam todos as pessoas que não praticassem a religião. Foi um dos grandes crimes e pecados que os ditos membros da Igreja católica cometeram naquele tempo.
Os ditos cristãos-novos passaram a usar os mesmos hábitos como habitantes daquela região. Matavam também um porco no período do inverno, faziam chouriços, paios e alheiras o célebre e famoso fumeiro transmontano.
Eles faziam duas espécies as alheiras: umas eram feitas com a melhor carne de porco misturada com outras carnes de aves coelhos etc. As outras eram feitas só com carnes de galinhas, perus, coelhos e perdizes.
As alheiras e chouriços e paios feitos só com carne de porco vendiam tudo nas feiras e comiam apenas as alheiras que não tinham carne de porco. Mas quem entrasse em casa deles via que tinham fumeiro e que comiam alheiras feitas com carne de porco. Desta maneira habilidosa conseguiam fazer crer a toda gente, que tinham abandonado os hábitos judaicos em termos de alimentação e que já não praticavam a religião judaica, porque também iam à Missa todos os Domingos embora sem nenhuma convicção católica.
Por causa destas boas alheiras feitas com a melhor carne de porco e de outras espécies, as alheiras de Mirandela tornaram-se muito famosas por todo o Portugal e até no estrangeiro, dado o seu grande sabor. Consta-se que D. Jose I decidiu ir visitar o Nordeste Transmontano por causa das famosas alheiras de Mirandela e dos saborosos petiscos feitos os peixes do Rio Sabor. Talvez tenha sido fauna aquática deste curso de água que deu o nome a este rio, que é afluente da margem direita do Rio Douro.
sexta-feira, 17 de abril de 2009
segunda-feira, 13 de abril de 2009
A ignorância às vezes prevalece
Quando assentei praça na Armada para cumprir o serviço militar obrigatório, o que naquele tempo era exigido a todos aqueles jovens masculinos com vinte anos de idade, desde que tivessem as condições físicas de acordo com o Índice de Pignet (médico militar Francês).
No princípio tive algumas dificuldades de adaptação, dada a minha maneira de ser, agir, moral e por me guiar por um hábito ético-religioso muito diferente em relação à maioria dos meus camaradas sulistas. Pois, só por mostrar que era católico, poupado, não ir às discotecas, não beber uns shots em excesso, nem alinhar nos frequentes petiscos, por ser honesto, por dizer que não queria ser castigado militarmente e ainda por ser incapaz de fazer chacota de quem quer que fosse. Por tudo isto, fui muitas vezes atacado pelos mais ignorantes, que só viviam o presente e pelos mais pródigos.
Observei tantas distorsões e contradições de ordem ética à minha volta, pelo que se me afigurava que não iria integrar-me de ânimo leve neste ambiente militar. Pois, constatei que os meus camaradas regiam-se por um sentido materialista no presente sem se precaverem o mínimo como futuro.Os que eram mais pobres do que eu
e tinham este procedimento pródigo diziam-lhes queeram económico-mentais atrasados.
Lutei com firmeza contra todas as críticas dos mais lelos, nunca deixei de defender as minhas ideias e os meus princípios, de ser católico praticante e poupado. Sei que, por causa da minha conduta tão singular para eles, mas que era consentânea com a maneira de ser e previsão futura e por me esquivar sempre que podia às ondas que molhavam esses incautos. Que tudo isso me trouxe alguns prejuízos de carácter militar e muitos dissabores, mas não fui capaz de pactuar com eles em certas acções, atitudes imorais e mesmo desvios ás leis dos regulamentos militares.
Aguentei de pé firme todas as tentativas que fizeram para me apoucarem e abocanharem, mas consegui suportar todas incongruências e exageros de toda a ordem. Posicionei-me militarmente onde pude sem auxilios de ninguém. Orientei-me pelo azimute que préviamente tracei, sem ajudas de ninguém resolvi a minha situação económico-militar. Contrariamente alguns desses insolentes, gastrómanos, potomaníacos e sabujos que tiveram que rastejar para conseguirem alguma coisa.
Analisando bem certas atitudes de alguns dos meus camaradas pareciam que a cultura deles se regia por um código principal de sinais exteriores: vestir bem, andar sempre nos petiscos, bebedeiras, desvios às regras da boa educação, usar linguagem não dicionarizada, armarem-se muito importantes, mostrarem que eram militares muito dinâmicos perante os superiores, etc.
Eu apercebi-me de tantas faltas graves, tão condenáveis que foram praticadas por esses insolentes, que fossem julgados pelo que fizeram não teriam hipóteses de continuar na Marinha. Mas alguns superiores da mesma laia abafaram-lhes essas faltas. Os mais perspicazes conseguiram ascender as certos postos que não mereciam quer por terem sido pouco cumpridores como militares, quer pelo baixo grau de literacia. Uma grande parte deles nunca fizeram por crescer literariamente, todos os tempos livres eram dedicados às convivências dos petiscos e a todo o tipo de jogos.
No princípio tive algumas dificuldades de adaptação, dada a minha maneira de ser, agir, moral e por me guiar por um hábito ético-religioso muito diferente em relação à maioria dos meus camaradas sulistas. Pois, só por mostrar que era católico, poupado, não ir às discotecas, não beber uns shots em excesso, nem alinhar nos frequentes petiscos, por ser honesto, por dizer que não queria ser castigado militarmente e ainda por ser incapaz de fazer chacota de quem quer que fosse. Por tudo isto, fui muitas vezes atacado pelos mais ignorantes, que só viviam o presente e pelos mais pródigos.
Observei tantas distorsões e contradições de ordem ética à minha volta, pelo que se me afigurava que não iria integrar-me de ânimo leve neste ambiente militar. Pois, constatei que os meus camaradas regiam-se por um sentido materialista no presente sem se precaverem o mínimo como futuro.Os que eram mais pobres do que eu
e tinham este procedimento pródigo diziam-lhes queeram económico-mentais atrasados.
Lutei com firmeza contra todas as críticas dos mais lelos, nunca deixei de defender as minhas ideias e os meus princípios, de ser católico praticante e poupado. Sei que, por causa da minha conduta tão singular para eles, mas que era consentânea com a maneira de ser e previsão futura e por me esquivar sempre que podia às ondas que molhavam esses incautos. Que tudo isso me trouxe alguns prejuízos de carácter militar e muitos dissabores, mas não fui capaz de pactuar com eles em certas acções, atitudes imorais e mesmo desvios ás leis dos regulamentos militares.
Aguentei de pé firme todas as tentativas que fizeram para me apoucarem e abocanharem, mas consegui suportar todas incongruências e exageros de toda a ordem. Posicionei-me militarmente onde pude sem auxilios de ninguém. Orientei-me pelo azimute que préviamente tracei, sem ajudas de ninguém resolvi a minha situação económico-militar. Contrariamente alguns desses insolentes, gastrómanos, potomaníacos e sabujos que tiveram que rastejar para conseguirem alguma coisa.
Analisando bem certas atitudes de alguns dos meus camaradas pareciam que a cultura deles se regia por um código principal de sinais exteriores: vestir bem, andar sempre nos petiscos, bebedeiras, desvios às regras da boa educação, usar linguagem não dicionarizada, armarem-se muito importantes, mostrarem que eram militares muito dinâmicos perante os superiores, etc.
Eu apercebi-me de tantas faltas graves, tão condenáveis que foram praticadas por esses insolentes, que fossem julgados pelo que fizeram não teriam hipóteses de continuar na Marinha. Mas alguns superiores da mesma laia abafaram-lhes essas faltas. Os mais perspicazes conseguiram ascender as certos postos que não mereciam quer por terem sido pouco cumpridores como militares, quer pelo baixo grau de literacia. Uma grande parte deles nunca fizeram por crescer literariamente, todos os tempos livres eram dedicados às convivências dos petiscos e a todo o tipo de jogos.
domingo, 5 de abril de 2009
Os poemas
Poemas são versos pintados a tinta,
Despertando, do nada coisa alguma,
Que descobrem no escuro, na bruma
Um incentivo engenho e arte distinta.
A poesia espicaça o canto e na dança
Que o povo devia meditar e ler
Aquilo que seu tão bem podia ser
Como primaveras de natural mudança
Palavra rimada, música que não peca
É acção anima, dá força, acalenta
É fruto maduro, não perece não seca
Dá luz para ver outros horizontes
Escuros, quem os não vê não comenta
Se não vislumbra do cimo dos montes
Despertando, do nada coisa alguma,
Que descobrem no escuro, na bruma
Um incentivo engenho e arte distinta.
A poesia espicaça o canto e na dança
Que o povo devia meditar e ler
Aquilo que seu tão bem podia ser
Como primaveras de natural mudança
Palavra rimada, música que não peca
É acção anima, dá força, acalenta
É fruto maduro, não perece não seca
Dá luz para ver outros horizontes
Escuros, quem os não vê não comenta
Se não vislumbra do cimo dos montes
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