Um comerciante
da região do Nordeste
Transmontano,
mais precisamente no
Vale da
Vilariça, tinha uma Loja, que ganhou
muita fama
nacional e até internacional. Pois
quase tudo o que
uma pessoa precisasse,
podia-se
encontrar na sua loja.
Desde mercearias, vinho, cerveja, café, queijo,
bom presunto, azeitonas, pesticos passando
por linguiças e
torresmos e muitos aperitivos,
até. Peças para a FIAT, Renault, BMW, Merceds,
Ferraris
e Boeing 737, ferro velho, etc.
Era
incrível!
Um certo dia, Um urbígena e urbícola de Lisboa
soube da fama dessa loja através de uns
amigos que eram dessa região.
Um dia, resolveu ir de
férias para o Norteste e por
curiosidade quis ir ver essa dita loja.
Mas
quando a viu com tão pouca apresentação só
entrou para achincalhar o velho comerciante.
Ocorreu então a
seguinte conversa:
- Boa tarde,
ouvi dizer que nesta mercearia tem
de tudo um pouco!
- Pois é, tenho
umas coizinhas sim, senhor…
-
Tem PODELA?
O transmontano,
meio surpreso, não deu parte
de fraco e respondeu:
- Hoje não
tenho, mas, se o senhor passar aqui
amanhã, eu arranjo-lhe
isso com certeza.
- OK, então
depois eu passo por aqui.
O finório saiu
deixando o homem encabulado.
Não era para
menos, o lisboeta tinha inventado
aquela palavra,
só para o sacanear.
- Podela, podela,
quem é que terá? O que é isso?
pensava o pobre homem! No final da tarde,
fechou a loja e
foi indagar se alguém sabia o
que era PODELA, mas não
encontrou ninguém
que soubesse o
que era.
Com medo de que
a loja perdesse a boa fama
e desesperado
foi para casa, bebeu quase um
litro de vinho, comeu uma tremenda feijoada
à transmontana,
torresmo e chouriço e fechou
com um bom bagaço
de origem da famosa
uva da Corredoura na Região da Vilariça.
Acordou de
madrugada com uma tremenda dor de
Barriga! Foi à casa de banho
e projetou aquele
“barro” no bidé , que nem
ele próprio conseguia
aguentar o cheiro.
Colocou aquela
“coisa” num balde velho de zinco
e fez uma fogueira por baixo para secar.
Após algumas
horas, já bem seca, retirou-a e
moeu-a com um
martelo numa laje até ficar em pó
e depois
empacotou-a.
De manhã, levou
esse produto para loja.
Pouco depois
chegou o lisboeta todo cheio de si
e louco para
ver a cara do transmontano pensando
que não tinha a sua encomenda!
- Conseguiu a
minha encomenda?
- Claro, está
aqui, o senhor pode provar só para
ver se está
como o senhor quer.
O “chico
esperto”:
- Dê cá
isso.
Encheu uma colher da sopa daquele pó e meteu-a
na boca:
- Ó cum
raio! Isto é merda!
O transmontano:
- Não é merda senhor!
É "PÓ DELA pura"!