domingo, 9 de julho de 2017

A famosa loja do Transmontano

Um comerciante da região do Nordeste
Transmontano, mais precisamente no
Vale da Vilariça, tinha uma Loja, que ganhou
muita fama nacional e até internacional. Pois
quase tudo o que uma pessoa precisasse,
podia-se encontrar na sua loja.
Desde mercearias, vinho, cerveja, café, queijo,
bom presunto, azeitonas, pesticos passando
por linguiças e torresmos e muitos aperitivos, 
até. Peças para a FIAT, Renault, BMW, Merceds,
 Ferraris e Boeing 737, ferro velho, etc.
 Era incrível!
Um certo dia, Um urbígena e urbícola de Lisboa
 soube da fama dessa loja através de uns 
amigos que eram dessa região. 
 Um dia, resolveu ir de férias para o Norteste e por 
 curiosidade  quis ir  ver essa dita loja. Mas  
quando a viu com tão pouca apresentação só
 entrou para achincalhar o velho comerciante.
Ocorreu então a seguinte conversa:
- Boa tarde, ouvi dizer que nesta mercearia tem
de tudo um pouco!
- Pois é, tenho umas coizinhas sim, senhor…
- Tem PODELA?
O transmontano, meio surpreso, não deu parte
 de fraco e respondeu:
- Hoje não tenho, mas, se o senhor passar aqui
amanhã, eu arranjo-lhe isso com certeza.
- OK, então depois eu passo por aqui.
O finório saiu deixando o homem encabulado.
Não era para menos, o lisboeta tinha inventado  
aquela palavra, só para o sacanear.
- Podela, podela, quem é que terá? O que é isso?
 pensava o pobre homem! No final da tarde,
fechou a loja e foi indagar se alguém sabia o
 que era PODELA, mas não encontrou ninguém
que soubesse o que era.
Com medo de que a loja perdesse a boa fama
e desesperado foi para casa, bebeu quase um 
litro de vinho, comeu uma tremenda feijoada
à transmontana, torresmo e chouriço e fechou  
com um bom bagaço de origem  da famosa
 uva da Corredoura na Região da Vilariça.
Acordou de madrugada com uma tremenda dor de
 Barriga! Foi à casa de banho e projetou aquele
“barro” no bidé , que nem ele próprio conseguia
 aguentar o cheiro.
Colocou aquela “coisa” num balde velho de zinco 
fez uma fogueira por baixo para secar.
 Após algumas horas, já bem seca, retirou-a e
moeu-a com um martelo numa laje até ficar em pó
e depois empacotou-a.
De manhã, levou esse produto para loja.
Pouco depois chegou o lisboeta todo cheio de si
e louco para ver a cara do transmontano pensando
 que não tinha a sua encomenda!
- Conseguiu a minha encomenda?
- Claro, está aqui, o senhor pode provar só para
ver se está como o senhor quer.
O “chico esperto”:
- Dê cá isso. 
 Encheu uma colher da sopa daquele pó e meteu-a
 na boca:
- Ó cum raio! Isto é merda!
O transmontano: 
- Não é merda senhor!  É  "PÓ DELA pura"!












  

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