Filho da puta no Tribunal
Uma das histórias judiciais que ficaram
célebres, na primeira metade do século XX.
Teve a ver com a defesa de um arguido acusado
de chamar "filho da puta" ao ofendido, expressão
que, na altura, era considerada altamente ofensiva!
Nas sua alegações, o escritor e advogado
Ramada Curto começou por chamar a atenção
do juiz para o facto de muitas vezes se utilizar
essa expressão em termos elogiosos com
expressões seguintes:
(Ganda filho da puta, és o melhor de todos)!
Ou ditos carinhosos (dá cá um abraço, meu grande
filho da puta)! Tendo concluído as suas alegações
da seguinte forma:
-E até aposto que, neste momento, V. Exa. está a
pensar o seguinte:
“Olhem lá do que este filho da puta não se havia
de ter lembrado só para safar o seu cliente!...”.
Chegada a hora da sentença, o juiz vira-se para o
réu e diz-lhe:
-O senhor está absolvido, mas bem pode
agradecer ao filho da puta do seu advogado.
Este era Ramada Curto!
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