quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Critica ao povo português

Eduardo Prado Coelho, antes de falecer (25/08/2007),
teve a lucidez de nos deixar esta reflexão, sobre nós todos,
por isso façam uma leitura atenta.
Precisa-se de matéria prima para construir um País Eduardo Prado
Coelho - in Público.
A crença geral anterior era de que Santana Lopes não servia,bem
como Cavaco, Durão e Guterres.Agora dizemos que Sócrates não
serve. E o que vier depois de Sócrates também não servirá para
nada. Por isso começo a suspeitar que o problema não está no
trapalhão que foi Santana Lopes ou na farsa que é o Sócrates.
O problema está em nós. Nós como povo. Nós como matéria prima
de um país. Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA é a moeda
sempre valorizada, tanto ou mais do que o euro.
Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais
apreciada do que formar uma família baseada em valores e respeito
aos demais.
Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais
poderão ser vendidos como em outros países, isto é, pondo umas
caixas nospasseios onde se paga por um só jornal E SE TIRA UM
SÓ JORNAL, DEIXANDO-SE OS DEMAIS ONDE ESTÃO.
Pertenço ao país onde as EMPRESAS PRIVADAS são fornecedoras
particulares dos seus empregados pouco honestos, que levam para
casa, como se fosse correcto, folhas de papel, lápis, canetas,
clips e tudo o que possa ser útil para os trabalhos de escola
dos filhos... e para eles mesmos.
Pertenço a um país onde as pessoas se sentem espertas porque
conseguiram comprar um descodificador falso da TV Cabo, onde se
frauda a declaração de IRS para não pagar ou pagar menos impostos.
Pertenço a um país:
-Onde a falta de pontualidade é um hábito;
-Onde os directores das empresas não valorizam o capital humano.
-Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram
lixo nas ruas e, depois, reclamam do governo por não limpar
os esgotos.
-Onde pessoas se queixam que a luz e a água são serviços caros.
-Onde não existe a cultura pela leitura (onde os nossos jovens
dizem que é 'muito chato ter que ler') e não há consciência
nem memória política, histórica nem económica.
-Onde os nossos políticos trabalham dois dias por semana para
aprovar projectos e leis que só servem para caçar os pobres,
arreliar a classe média e beneficiar alguns.
Pertenço a um país onde as cartas de condução e as declarações
médicas podem ser 'compradas', sem se fazer qualquer exame.
-Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com
uma criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no autocarro,
enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não lhe
dar o lugar.
-Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não
para o peão.
-Um país onde fazemos muitas coisas erradas, mas estamos sempre
a criticar os nossos governantes. Quanto mais analiso os defeitos
de Santana Lopes e de Sócrates, melhor me sinto como pessoa, apesar
de que ainda ontem corrompi um guarda de trânsito para não ser
multado.
Quanto mais digo o quanto o Cavaco é culpado, melhor sou eu como
português, apesar de que ainda hoje pela manhã explorei um cliente
que confiava em mim,o que me ajudou a pagar algumas dívidas. Não.
Não. Não. Já basta.
Como 'matéria prima' de um país, temos muitas coisas boas, mas
falta muito para sermos os homens e as mulheres que o nosso país
precisa.
Esses defeitos, essa 'CHICO-ESPERTERTICE PORTUGUESA'
congénita, essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce
e evolui até se converter em casos escandalosos na política, essa
falta de qualidade humana, mais do que Santana, Guterres, Cavaco
ou Sócrates, é que é real e honestamente má, porque todos eles
são portugueses como nós, ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não
noutra parte... Fico triste. Porque, ainda que Sócrates se fosse
embora hoje, o próximo que o suceder terá que continuar a
trabalharcom a mesma matéria prima defeituosa que, como povo,
somos nós mesmos. E não poderá fazer nada...
Não tenho nenhuma garantia de que alguém possa fazer melhor, mas
enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar
primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá. Nem
serviu Santana, nem serviu Guterres, não serviu Cavaco, nem
serve Sócratese nem servirá o que vier. Qual é a alternativa ?
Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei
força e por meio do terror ?
Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa 'outra coisa' não
comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do
centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente
condenados, igualmente estancados... igualmente abusados !
É muito bom ser português. Mas quando essa portugalidade autóctone
começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento
como Nação, então tudo muda...
Não esperemos acender uma vela a todos os santos, a ver se nos
mandam um messias. Nós temos que mudar. Um novo governante com
os mesmos portugueses nada poderá fazer. Está muito claro...
Somosnós que temosque mudar. Sim, creio que isto encaixa muito
bem em tudo o que anda a acontecer-nos:
Desculpamos a mediocridade de programas de televisão nefastos e,
francamente, somos tolerantes com o fracasso.
É a indústria da desculpa e da estupidez.
Agora, depois desta mensagem, francamente, decidi procurar o
responsável, não para o castigar, mas para lhe exigir (sim,
exigir que melhore o seu comportamento e que não se faça de
mouco, de desentendido.
Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO DE QUE O
ENCONTRAREI QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO. AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO
PROCURÁ-LO NOUTRO LADO.
E você, o que pensa ?... MEDITE !
EDUARDO PRADO COELHO (Professor universitário).

As reacções de alguns portugueses

Um amigo meu comprou um frigorífico novo e, para se livrar
do velho,colocou-o em frente do prédio, no passeio, com o
aviso : "Grátis e a funcionar. Se quiser, pode levá-lo".
O frigorífico ficou três dias no passeio, sem receber um
olhar dos passantes. Ele chegou à conclusão que as pessoas
não acreditavam na oferta. Parecia bom de mais para ser
verdade e mudou o aviso:
Vende-se Frigorífico por 50,00" euros
No dia seguinte, tinha sido roubado !
Cuidado!...
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O meu irmão foi a uma agência imobiliária para comprar um
apartamento. Ao visitar o prédio perguntou à agente da
imobiliária (que era uma rapariga loira), para que lado era
o Norte, porque não queria que o sol o acordasse todas as
manhãs.A agente perguntou: "O sol nasce no Norte, não é ?"
Quando o meu irmão lhe explicou que o sol nasce a Nascente
que se diz também Oriente(aliás,daí o nome) e que há muito
tempo que isso acontece. Loira funcionária da dita agencia
disse:"Eu não estou actualizada a respeito destes assuntos"!
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Trabalhei num organismo que laborava dia e de noite em
Ponta Delgada - Açores. Um dia, recebi um telefonema de um
sujeito queperguntou em que horário o centro de atendimento
estava aberto. Eurespondi-lhe está disponível 24 horas por
dia, 7 dias por semana."Ele então perguntou : "Pelo horário
de Lisboa ou pelo horário de Ponta Delgada?..
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Eu e o meu colega fomos a almoçar ao self-service de uma
empresa, quando ouvimos uma das assistentes administrativas
falar a respeitodas sobre as queimaduras de sol com que tinha
ficado, por ter ido de carro para o litoral.
Estava num descapotável, por isso, "não pensou que ficasse
queimada,porque o carro estava em movimento"!...
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A uma minha amiga loira traz uma navalha no carro,
para cortar o cinto de segurança, no caso de ficar presa nele.
Mas guarda a navalha no porta-bagagens !...
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Eu e mais alguns amigos fomos comprar cervejas para fazermos um
pestisco. Vimos um aviso que dizia: quem comprasse uma grade de
cervejas tinha desconto de 10%. Como eram baratas resolvemos
comprar,duas grades de cervejas. O caixa multiplicou 10% por 2 e
fez-nos um desconto de 20% em cada grade de cervejas!..
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Um indivíduo que estava ao pé de mim, ambos vimos uma rapariga
com uma argola no nariz,ligada a um brinco por meio de uma
corrente. O meu amigo disse:"Será que a corrente não dá um puxão
no nariz, cada vez que rapariga vira a cabeça ?"
Expliquei-lhe que o nariz e a orelha de uma pessoa permanecem à
mesma distância, independentemente da pessoa virar a cabeça ou não.
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Ao chegar de avião, as minhas malas nunca mais apareciam na área
de recolha da bagagem. Fui então ao sector da bagagem extraviada
e disse à funcionária que as minhas malas não tinham aparecido.
Ela sorriu e disse-me para não me preocupar, porque ela era uma
profissional treinada e que eu estava em boas mãos. "Agora diga-me
uma coisa, perguntou ela ... o seu avião já chegou ?...
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Numa pizzaria, quando estava à espera de ser atendido, vi um
homem a pedir uma pizza para levar para casa. Estava sozinho,
e o empregado perguntou se ele preferia que a pizza fosse
cortada em 4 pedaços ou em 6.
Ele pensou algum tempo, e respondeu : "Corte em 4 pedaços; acho
que não estou com fome suficiente para comer 6 pedaços"!...