quarta-feira, 4 de maio de 2011

Padreação num monte alentejano

Um Latifundiário Amareleja meteu-se no seu jeep e
foi a um monte vizinho. Bateu à porta.
Um rapaz de cerca de 12 anos veio-lhe abrir a porta.
- O teu pai está em casa?
- Nã senhori foi a Évora.
- Bem, a tua mãe está em casa?
- Nã senhori ela também nã está. Foi com o mê pai.
- E o teu irmão Manuel? Ele está...
- Nã senhori, o mano Maneli também foi com a mãe e
com o pai.
O lavrador ficou ali uns minutos, mudando de um pé
para o outro e resmungando sozinho.
- Posso ajudá-lo em alguma coisa, pergunta o rapaz
delicadamente; ê sei onde estão as ferramentas; se
quiser alguma emprestada; ou talvez possa dar o
recado ao mê pai!
- Bem, diz o lavrador, com cara de zangado, realmente
queria falar com o teu pai, por causa do teu irmão
Manuel; ele emprenhou a minha filha Rosa.
O rapaz pensou por uns momentos, porque tinham
animais de cobrição, garanhões ou animais de padreação
no monte.
- Lá disso nã sê, quanto terá que pagar, tem que falar
com o mê pai. Se lhe servir de alguma ajuda para ir
fazendo contas, eu só sê que o mê pai cobra 200
euros pelo touro, 100 pelo cavalo, 50 pelo porco e 20
pelo avestruz. Mas realmente nã sê quanto é que ele
lhe vai levar pelo mano Maneli!

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