sábado, 5 de dezembro de 2020

O confessor Jovem e a confessada desconhecida

Padre, perdoa-me porque pequei (voz feminina)

- Diga-me filha - quais são os teus pecados?

- Padre, o demónio da tentação se apoderou de mim, 

sou uma pobre pecadora.

- Como foi isso filha?

- É que quando falo com um homem, tenho sensações

 no corpo que não sei descrever...

- Filha, apesar de padre, eu também sou um homem...

- Sim, padre, por isso vim aqui confessar-me consigo.

- Bem filha, como são essas sensações?

- Não sei bem como explicá-las,  neste momento 

meu corpo parece a que recusa a ficar de joelhos e

 necessito ficar mais a vontade.

- Sério?

- Sim, desejo relaxar - o melhor seria deitar-me...

- Filha,  deitada como?

- De costas para o piso, até que passe a tensão...

- E que mais?

- É como um sofrimento que não encontro palavras.

- Continue minha filha.

- Talvez um pouco de calor me alivie...

- Calor?

- Calor padre, calor humano, que leve alívio a este

 meu padecer...

- E com que frequência é essa tentação?

- Quase permanente padre desde que morreu o

meu marido.

Por exemplo, neste momento estou a imaginar

que suas mãos  estão a fazer uma massagem ao

 meu corpo!...

 - Filha?!

- Sim padre, perdoa-me, mas sinto necessidade de

 que alguém forte me aperte em seus braços e me 

dê o alívio de que necessito!...

- Por exemplo, posso ser eu?

- Sim padre, você é a categoria de homem que não

vai revelar este meu desejo e que pode aliviar-me!

- Perdoa-me minha filha, mas preciso saber sua idade...

- Oitenta e cinco anos padre.

 - Filha, vai em paz que o teu maior 

problema deve ser de reumatismo!...

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