domingo, 27 de fevereiro de 2022

Filho da puta no Tribunal

Umas das histórias judiciais que ficaram célebres,

 na primeira metade do século XX, teve a ver com

 a defesa de um arguido acusado de chamar

 "filho da puta" ao ofendido, expressão que, na

 altura, era considerada altamente ofensiva.

 Nas sua alegações, o escritor e advogado

 Ramada Curto começou por chamar a atenção

do juiz para o facto de muitas vezes se utiliza

essa expressão em termos elogiosos!

 («Ganda filho da puta, és o melhor de todos!»)

 ou carinhosos («Dá ca um abraço, meu grande

filho da puta!»), tendo concluído as suas alegações

da seguinte forma: «E até aposto que, neste

momento, V. Exa. está a pensar o seguinte:

“Olhem lá do que este filho da puta não se havia

de ter lembrado só para safar o seu cliente!...”».

Chegada a hora da sentença, o juiz vira-se para o

réu e diz: «O senhor está absolvido, mas bem pode

 agradecer ao filho da puta do seu advogado».

Este era  o Ramada Curto!

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